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Depois de usar uma imagem agostiniana (da linguagem) na abertura da obra, o par. 618 das Investigaçőes Filosóficas traz de novo uma voz oblíqua de Agostinho: "Quero, mas meu corpo năo me obedece". O problema da vontade fraca (akra ... more
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Depois de usar uma imagem agostiniana (da linguagem) na abertura da obra, o par. 618 das Investigaçőes Filosóficas traz de novo uma voz oblíqua de Agostinho: "Quero, mas meu corpo năo me obedece". O problema da vontade fraca (akrasia) tem dado ensejo a teorias filosóficas sobre a vontade, em versőes libertistas (Agostinho e James) ou versőes deterministas (Schopenhauer e os estóicos). Wittgenstein propőe um modo diferenciado de abordagem, terapęutico e gramatical, visando elucidar malentendidos profundos enraizados na formulaçăo mesma dos problemas. Qual o significado da fala de Agostinho sobre seu próprio querer? Há 17 parágrafos nas Investigaçőes dedicados ao assunto (611-628) e sua compreensăo depende do entendimento do caráter dialógico da atividade discursiva empreendida. Pode parecer, como disse Wittgenstein no Blue Book, żcomo se tivéssemos seja as peças erradas, seja peças insuficientes para montar nosso quebra-cabeças. Mas elas estăo todas aí, só que misturadas". E na busca de uma visăo perspícua sobre essas notas năo devemos esquecer uma desanalogia: "Năo adianta usar a força para encaixar as peças. Tudo o que faríamos seria olhar para elas cuidadosamente e arranjá-las".
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